quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mais que três palavras

À vezes me sinto tão antiga, tão burra, por não saber apreciar as coisas que você gosta e que são tão importantes pra você.
O meu gosto por música pop, por livros de auto-ajuda e do Paulo Coelho, o fato de ainda não estar certa (ou de nem estar perto) sobre a minha espiritualidade... Tudo é tão incerto pra mim.
Tudo pode ser e tudo pode não ser, não duvido do sim nem do não, apenas considero as duas possibilidades.
Você está tão mais certo e mais forte que eu em viver com disciplina a vida que "não quer".
Eu tenho preguiça, falta de coragem, vontade.
Às vezes parece que estou presa dentro desse quarto, de mim, de você. 
Não dá pra sair e, ainda que desse, não saberia para onde ir.
De repente vejo com medo aquela que todos sempre chamaram de corajosa.
Não tenho mais ninguém para defender, por quem lutar e, agora, parece que a vítima sou eu.
É estranho saber que você lerá isso e que , provavelmente, se me perguntar, não saberei explicar.
E assim, me vejo ouvindo Chico Buarque para tentar ver o que todo mundo que se acha culto vê.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Aula de Sociologia

Presa nessa rotina, nessa vida de menina
Que não sabe mais sonhar
Que já não sabe mais lutar e se encaixou em tudo que não queria se encaixar.

Ela tem medo, não mais segredos.
Só queria fugir, para se encontrar no mesmo lugar que a fez partir.

Se lembra daquela menina que se irritava só de pensar que podiam estar usando seu nome em vão?
Hoje ela é essa guria que tanto criticou em sua infância,
Parece que não cresceu, nem tem mais a mesma força e o mesmo coração.

Isabela, nome de macarrão, tão bonito.
Não significa nada, o que já significa alguma coisa. 
No meio da sala, tem medo de ser mal interpretada.

Cartela de bingo, bingo de criança com direito a cama elástica e tudo mais.
Depois tem casa da amiga, com cheiro de família, com gosto de mãe.
Ar de café-com-leite, regado a banho de chuva que molha seus pés e traz a  seu nariz tudo que há de inferno - e de medo.

Suado, fala o professor de sociologia, numa aula que, definitivamente, não quer assistir.
Hoje o dia oscilou: choveu e parou. Mas só depois de deixá-la toda molhada.
Molhada de vontade, de querer.

Quis tanto que já nem quero mais.
Estou com raiva, cansada desse besteirol, dessa mesma coisa todo dia.




"No momento em que você vive um limite, é porque alguém está precisando exercer a possibilidade mais do que você."
(Padre Fábio de Melo)
 E eu digo:
-Ou não..