Que não sabe mais sonhar
Que já não sabe mais lutar e se encaixou em tudo que não queria se encaixar.
Ela tem medo, não mais segredos.
Só queria fugir, para se encontrar no mesmo lugar que a fez partir.
Se lembra daquela menina que se irritava só de pensar que podiam estar usando seu nome em vão?
Hoje ela é essa guria que tanto criticou em sua infância,
Parece que não cresceu, nem tem mais a mesma força e o mesmo coração.
Isabela, nome de macarrão, tão bonito.
Não significa nada, o que já significa alguma coisa.
No meio da sala, tem medo de ser mal interpretada.
Cartela de bingo, bingo de criança com direito a cama elástica e tudo mais.
Depois tem casa da amiga, com cheiro de família, com gosto de mãe.
Ar de café-com-leite, regado a banho de chuva que molha seus pés e traz a seu nariz tudo que há de inferno - e de medo.
Suado, fala o professor de sociologia, numa aula que, definitivamente, não quer assistir.
Hoje o dia oscilou: choveu e parou. Mas só depois de deixá-la toda molhada.
Molhada de vontade, de querer.
Quis tanto que já nem quero mais.
Estou com raiva, cansada desse besteirol, dessa mesma coisa todo dia.
"No momento em que você vive um limite, é porque alguém está precisando exercer a possibilidade mais do que você."
(Padre Fábio de Melo)
E eu digo:
-Ou não..
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