quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Dissonâncias da vida

Hoje chorei pelo mundo,
Chorei por todos os males que já lhe causei,
Por todas as mentiras que já lhe contei.
Hoje chorei pelas pessoas,
Por todos os sonhos que já lhes roubei,
Por todas as injustiças que já lhes fiz,
Por toda a falta de amor em mim.
Hoje chorei, e doeu.
Chorei pelo futuro incerto, pelas nuvens que vejo e que parece que ninguém mais vê ou se importa.
Chorei até mesmo pelo lixo que jogo no chão, pelo mendigo que não ajudei,
Pelo fumante de crack para quem não olhei, por quem não pude e não quis fazer nada.
Chorei pelo meu desejo de ser maior,
Que me faz ver o quanto sou pequena e fraca por não conseguir, nem ao menos tentar.
Pelo meu medo.
Pela minha preguiça.

Pela minha depressão.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

De tanto tempo atrás.

Às vezes eu queria voltar pra sua simplicidade, sua falta de exigência.
É mais fácil estar com alguém que aceita tudo, apesar de pedir pouco porque dá pouco..
É tão ruim o medo de não agradar, de desencantar e que, tudo finalmente, se mostre real, diferente dos romances.
Tô cansada e tá frio lá fora. Mas por tudo que já recebi, me vejo na obrigação de ir.. de sair..de agradar e fazer pose. Dar sorrisos falsos pra gente que eu nem gosto, que já odeio de graça.

Pois é. Pode ser que você seja mesmo uma fase.
Pode ser que tudo isso seja apenas uma grande mentira que inventamos e queremos viver. E algumas vezes desconfio que é mesmo.
Eu queria ser linha dura e ter coragem para fazer as coisas certas. Dizer sim quando é sim, não quando é não.
Mas tenho curiosidade. Quero ver, provar, saber como são as coisas.
Mesmo se ainda é cedo, mesmo se já é tarde.

Um tumor qualquer

Como eu tô?
Eu tô um trapo, um caco, um rato.
Como o meu quarto tá?
Igual. Não tenho vontade de arrumar nem de procurar as coisas que eu preciso. Gostaria que todas essas coisas sumissem daqui e me deixassem só. Odeio coisas.
Eu deito e os meus ossos me machucam, parece que não tem mais carne, só pele. Nunca consegui ver minha magreza, pra entender o quanto eu era magra  perguntava aos amigos se sou magra como aquela garota, ou como aquela outra. Eles respondiam e eu tinha uma ideia de como eu era. Hoje, não preciso sequer olhar no espelho. Olho meus braços e pernas, meus ossos que já não se contêm e querem furar a pele.
Não é só a magreza... quando eu ainda tinha forças parecia que tava tudo bem e ia voltar ao normal logo. Agora não sinto que vai voltar ao normal, muito menos logo.
Tem tudo isso, tem tanta coisa...
Aonde estão as coisas nas quais eu penava quando estava normal? Cadê meus planos, para onde eles foram? Não tenho sequer um. Nada parece certo. E não consigo acreditar em algo que eu decida, parece que não estou em condições de decidir nada, que qualquer decisão é loucura.
Meu cabelo ainda vai precisar de muito hidratante pra recuperar o que o shampoo Jhonson fez. Eu falo, mas não me importo. Só queria quer as coisas voltassem ao normal e elas não voltam. Parece que sou eu que tenho que fazer alguma coisa a respeito, mas minha coragem se esgotou, física e psíquica.
Eu to no teu quarto, sentindo que é uma das últimas vezes.
Tá acabando. Acabou o doce, restou só o amargo, pelo menos em mim.
Me confundi ao te dar o que pensei que queria. Te dei também o que me pediu, mas aí comecei a esperar demais.
Tô azeda, tô sim, tô mesmo.
Azeda de tanto limão que a vida me deu, e tudo de uma vez.
Venho tentando fazer malabarismo com eles, vendo se consigo pegar de um por um pra fazer uma limonada.
Mas eles ficam cada vez mais azedos, tanto que não dá vontade de beber

Abandono

Eu vou deixar meu amor por aqui, pelo meio da rua, pelos cantos da casa.
Vou embora, pra qualquer lugar que seja bem longe de tudo.
Vou me esquecer, quebrar todos os vínculos, amores e suas dores.
Vou sumir, nascer e morrer de novo, em qualquer lugar estranho.

domingo, 28 de abril de 2013

Juramento

Isso começou muito errado.
Quantas noites explicando, contando detalhes desnecessários... Quantas palavras soltas e perdidas no vento, quanto desgaste emocional pra te dizer coisas que você jamais entendeu, e que não vai entender nunca.
No começo, achava seu ciúme uma prova de amor, como você mesmo dizia. Assim também pensava do meu desejo de explicar tudo a você, que fazia parte do "amar".
Hoje vejo que faz parte apenas de uma doença que não trouxe nem trará felicidade alguma pra nós.
Sempre alimentei tua insegurança com meus longos emails, as conversas que não acabavam mais, noites de sono perdidas. Tudo na tentativa falida de fazer você acreditar ou confiar em mim.
Não será mais assim.
Não é só porque cansei de me explicar, talvez fosse mais fácil do que explicar o por quê não quero me explicar.
É porque cansei de sofrer, viver horas e dias infelizes pra aumentar tua auto-estima, pra você ver que me importo.
Sim, eu me importo. Mas essa importância não será dada em esmolas que apenas farão crescer nossa miséria. Será dada no amor que sempre dediquei a você, assim como a fidelidade e o carinho sempre presente.

Que diferença faz um juramento?
Posso jurar que não estou viva: "Eu juro, não estou viva!" e mesmo assim continuar vivendo.
Posso jurar que não te amo: "Juro por Deus que não te amo.", não tornará meu sentimento menor.
Você jurou muitas coisas, assinou também e depois disse: "Era só um papel.".

Se digo que te amo agora, te amo, não me peça pra jurar. No segundo seguinte esse juramento poderá ser quebrado por força da ocasião.
Se digo que já não te quero agora, não quero, não me peça pra jurar. No segundo seguinte esse juramento poderá ser quebrado por força do sentimento.
Não peça a mim o que não peço a você.
Não peça a mim pra te dar o que não existe.

Jurar equivale a dizer: "Minha palavra não vale de nada.", "Confie apenas quando eu te der alguma prova, porque se digo não é o bastante".

Olho pra mim e vejo o quanto sou idiota, o quanto sou diferente do que gostaria de ser.
Digo que não vou me importar, não vou me explicar e aqui estou eu, encontrando argumentos pra fazer você entender algo tão simples.
É uma dor ridiculosamente ridícula.
Enquanto as pessoas estão por aí vivendo suas vidas, estou aqui me explicando. É ridículo.