quarta-feira, 22 de maio de 2013

Um tumor qualquer

Como eu tô?
Eu tô um trapo, um caco, um rato.
Como o meu quarto tá?
Igual. Não tenho vontade de arrumar nem de procurar as coisas que eu preciso. Gostaria que todas essas coisas sumissem daqui e me deixassem só. Odeio coisas.
Eu deito e os meus ossos me machucam, parece que não tem mais carne, só pele. Nunca consegui ver minha magreza, pra entender o quanto eu era magra  perguntava aos amigos se sou magra como aquela garota, ou como aquela outra. Eles respondiam e eu tinha uma ideia de como eu era. Hoje, não preciso sequer olhar no espelho. Olho meus braços e pernas, meus ossos que já não se contêm e querem furar a pele.
Não é só a magreza... quando eu ainda tinha forças parecia que tava tudo bem e ia voltar ao normal logo. Agora não sinto que vai voltar ao normal, muito menos logo.
Tem tudo isso, tem tanta coisa...
Aonde estão as coisas nas quais eu penava quando estava normal? Cadê meus planos, para onde eles foram? Não tenho sequer um. Nada parece certo. E não consigo acreditar em algo que eu decida, parece que não estou em condições de decidir nada, que qualquer decisão é loucura.
Meu cabelo ainda vai precisar de muito hidratante pra recuperar o que o shampoo Jhonson fez. Eu falo, mas não me importo. Só queria quer as coisas voltassem ao normal e elas não voltam. Parece que sou eu que tenho que fazer alguma coisa a respeito, mas minha coragem se esgotou, física e psíquica.

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