quarta-feira, 25 de abril de 2012

Amor

Ama.
Ama como quem ama um bibelô, como quem ama uma árvore, um poste.
Ama quando quer, quando sente, quando tem.
Ama quando não morre de depressão, de medo.
Ama como quem não ama nada nem ninguém.
Ama como quem precisa desesperadamente de atenção e de carinho, sozinho.
Ama com posse, com desejo, humilhação.

Se dá, se coloca aos pés, à disposição e espera.
Por um beijo, um carinho, uma atenção.
Uma visita, ligação, lembrança.
Vive no pedido, na dependência, na carência do ser amado.
Como se fosse Deus, como se fosse tudo.
Como se fosse engano, ilusão.
Tormenta noite e dia, não há paz no amor.
Apenas êxtase quando a criatura amada percebe sua existência.

Chora, até que dorme e a dor passa. O medo não, segue em cada sonho.




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